Em uma movimentação significativa para o setor cafeeiro do Brasil, a China aprovou 183 empresas brasileiras para exportar café torrado e moído para seu mercado. A notícia foi divulgada esta semana, após seis anos de negociações técnicas entre autoridades brasileiras e chinesas, conforme informou o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

O anúncio chinês ocorre em um momento estratégico, logo após os Estados Unidos terem imposto tarifas de 25,54% sobre o café solúvel brasileiro, medida que entrou em vigor em 1º de agosto de 2025. Esse contexto geopolítico e comercial torna a conquista do mercado chinês ainda mais relevante para a cadeia produtiva do café no Brasil.

A autorização abrange especificamente café torrado em grão e café torrado e moído. Esse novo acesso foi obtido após longa avaliação sanitária e fitossanitária pelos órgãos reguladores chineses.

A China é vista como um mercado de enorme potencial de crescimento para cafés especiais e de maior valor agregado.

O Mapa emitiu nota dizendo que a China “é um mercado com alto potencial de crescimento para o produto brasileiro, especialmente em um momento em que diversificar destinos é fundamental”. Conforme Guilherme Morya, Diretor Comercial do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), "estamos falando de um mercado gigantesco e que vem crescendo em consumo per capita de café”. 

A abertura do mercado chinês oferece uma nova estratégia para os exportadores brasileiros de café, possibilitando a diversificação de mercados e reduzindo a dependência de compradores tradicionais. Especialmente para empresas focadas em produtos com maior valor agregado, como o café torrado e moído, a China representa uma oportunidade de crescimento e consolidação internacional do produto.