Conhecidos pelo seu passado nômade e espírito indomável, os mongóis deixaram uma marca duradoura na história da China. Entre os séculos XIII e XIV, o Império Mongol, estabelecido pelo conquistador Genghis Khan foi um dos maiores impérios terrestres da história, estendendo-se do Oceano Pacífico ao Mar Mediterrâneo, incluindo parte do território que hoje é a China continental.

"Mongol" originalmente era o nome de uma das tribos nômades que vagavam ao longo do rio Erguna e acabou sendo associado a maior delas. Atualmente são cerca de 6 milhões, onde a maioria (cerca de 4 milhões) vive na Província chinesa da Mongólia Interior. Os demais estão espalhados nas províncias de Jilin, Heilongjiang, Liaoning, Xinjiang, Hebei e Qinghai. Eles possuem raízes em comum com o povo que habita o país vizinho da Mongólia e da Sibéria, na Rússia.

Herança cultural 

A etnia mongol têm sua própria língua falada e escrita. A escrita foi estabelecida no início do século 13. Ela pertence ao ramo austronésio mongol do Filo Altaico. Eles têm três dialetos: mongol do interior, barag-buryat e uirad.

O povo mongol é conhecido por suas tradições nômades, um estilo de vida marcado pela harmonia com a natureza. Tradicionalmente são hábeis cavaleiros e pastores, deslocando-se em busca de pastagens para seu gado e cavalos. A relação entre o povo mongol e seus cavalos tornou-se um elo inseparável, moldando suas crenças e práticas culturais. Os festivais de cavalos são eventos essenciais para essa comunidade, onde competições e celebrações honram essa profunda conexão.

A rápida urbanização da China afetou a vida nômade e a cultura da etnia. Mesmo assim, até hoje a maioria dos mongóis mantém suas tradições vivas, preservando antigos rituais e competições de lutas marciais que honram suas raízes guerreiras.

Vivendo em regiões de pastagens, os mongóis têm na criação de gado a base da sua economia, embora muitos hoje trabalhem em indústrias.

Os mongóis têm uma bela tradição cultural e fizeram contribuições indeléveis à cultura e à ciência chinesas. Eles produziram muitas obras históricas e literárias notáveis, incluindo  “História da Mongólia”, que foi listado como um dos Patrimônios Culturais Mundiais da China pela UNESCO. Outras grandes obras da sua literatura popular incluem a “História da Vida de Jianggar”, um épico do século XV.

O Festival Nadam é realizado todo mês de agosto pelos mongóis para celebrar sua boa colheita, com duração de cinco a sete dias. São realizadas competições como tiro com arco a cavalo, luta livre, corrida de cavalos e outras atividades tradicionais. O Festival Bai é o Ano Novo da Mongólia.

Cultura

Os mongóis são conhecidos como um povo "de música e poesia". Seu canto, sonoro, ousado e apaixonado é o verdadeiro reflexo do temperamento do povo mongol. "Haolibao" é uma forma mongol de canto. Também são muito conhecidos "Mahatale" (paean), "Yurele" (parabéns), "Dairileqi" (canto antifonal), enigmas, provérbios, histórias, lendas, contos de fadas e fábulas.

As danças mongóis são conhecidas em toda China. Entre elas modalidades de dança como "Saber", "Ordos", "Andai", "Casamento Buryat", "Horse Breaker" e "Cavalo Negro". Geralmente são animadas e caracterizadas por seus passos rápidos. O violino é o  instrumento musical favorito dos mongóis. Ele é usado para acompanhar as canções tradicionais com seus sons graves e profundos, amplos e melodiosos.

Conheça melhor as vestimentas da etnia mongol